Olá, amigos felinos e humanos!
Sabe como é gato no inverno...miaaaauuu dormi muito, quando acordei percebi que havia perdido a festa de inauguração da mostra Vertigem da querida Rafaela Celano aqui na Casa, foi sexta passada, esta linda.
Rafaela foi a vencedora da leitura de portfólios que teve aqui na Casa ano passado, como resultado ela ganhou essa individual de nome Vertigem, eu sinceramente fiquei tonto.
Bom já cuspi minha bola de pelo e agora posso deixar aqui para vocês o texto de apresentação da exposição.
Tá linda mesmo. Tive uma excelente ideia: porque vocês não se inscrevem no curso Fotografia e Vinho com os queridos Luiz Baltar e Marco Antonio Portela que começa sexta a noite dia 8/06 e aproveitam para apreciar a mostra da Rafaela? Seria sensacional, vocês vão amar o programa combo.
Vamos logo pro texto pq estou sentindo cheiro de Whiskas sachê...sou viciado.
VERTIGEM
Rafaela Celano
Podemos definir vertigem como “uma sensação de que a cabeça ou o cômodo está girando, muitas vezes desencadeada por mudanças na posição da cabeça.” Então não se assuste se faltar chão frente às obras de Rafaela Celano, esse resultado é esperado.
Qual seria a mágica ou efeito que a artista utiliza para causar tal estranhamento.? Encontramos nesses trabalhos um astuto deslocamento de pontos de vistas, acompanhados de um sutil jogo de linhas, do uso de velocidades de obturação mais lentas e até mesmo de lentes com características de grande angular.
Pensa que agora entendeu a obra? Ainda não. O trabalho de Rafaela desloca-se, sem negar, da questão formal e técnica para nos colocar dentro de uma vertigem poética, num tempo rocambolesco, onde passado e presente se misturam com futuro, bem Bergson sim, e nesse sentido, a força do seu trabalho nos aprisiona nessa teia que ela tão habilmente tece com suas fotografias.
A condição temporal, que é íntima e natural da fotografia, no trabalho da artista desponta lindamente representada por esse jogo de gerações, crianças e corredores antigos, roupas de época e brincadeiras. Interessante perceber como está tudo realmente amalgamado, e que a noção linear do tempo se desfaz, deixando essa ideia de circularidade nos atingir causando aflição, tirando nosso chão, e aí então vem a vertigem.
O trabalho carrega grande coerência nas escolhas e edições das imagens, sem mencionar os acertos de finalização. Demostra com isso um amadurecimento da artista que não está aqui nessas paredes como aventureira e sim com uma pesquisa e reflexões comprometidas com questões caras a pós-modernidade.
Essa artista ganhou essa exposição como melhor portfólio da leitura de portfólios na Casa em agosto de 2017. Foram convidados 6 leitores e uma quantidade de inscritos superior a 4 dezenas. Portanto um prêmio merecido. E ficamos felizes de receber a sua primeira individual. Certamente Rafaela Celano vai continuar nos presenteando com suas inquietações poéticas, já estamos ansiosos pela próxima.
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